ATO CONJUNTO Nº 4/2019

 

(Disponibilizado em 8/8/2019 no DEJT, Caderno Administrativo)

(Vide Anexo I)

(Vide Anexo II)

 

Estabelece e disciplina a divisão da 1ª Região em circunscrições, permitindo a designação e a fixação de Juízes do Trabalho Substitutos nas Varas do Trabalho no âmbito do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, e dá outras providências.

 

 

O PRESIDENTE e a CORREGEDORA-REGIONAL DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA PRIMEIRA REGIÃO, no uso de suas atribuições legais e regimentais,

 

CONSIDERANDO os princípios constitucionais da administração pública, em especial os da legalidade, publicidade e eficiência e, também, a racionalidade e economia de recursos públicos;

 

CONSIDERANDO as dimensões, distâncias e notórias diferenças na movimentação processual entre as unidades judiciais do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região;

 

CONSIDERANDO que a adoção de medidas destinadas a melhorar as condições de trabalho dos Magistrados do 1º grau que resultem em uma distribuição mais equânime do volume de processos entre eles, na diminuição do tempo com deslocamentos e na otimização do planejamento e da organização dos serviços, viabiliza o aumento da produtividade e da qualidade do trabalho do julgador, vindo ao encontro das aspirações da sociedade por uma justiça mais célere e eficiente; e

 

CONSIDERANDO os benefícios gerados com divisão da área territorial do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, promovida pelo Ato Conjunto Nº 6/2013, de 26 de agosto de 2013,

 

RESOLVEM:

 

CRIAR e DISCIPLINAR as circunscrições, dentro da área de jurisdição do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, na forma dos dispositivos a seguir:

 

CAPÍTULO I – PRINCÍPIOS

 

Art. 1º A designação dos Juízes do Trabalho no Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, bem como a distribuição das atividades judiciais e administrativas no primeiro grau, observam as normas contidas no presente Ato Conjunto, que se orienta pelos seguintes princípios:

 

I – efetividade na entrega da prestação jurisdicional, em prazo razoável;

 

II – eficiência na gestão processual;

 

III – governança dos juízes nas atividades administrativas de primeiro grau;

 

IV – cooperação;

 

V – observância na antiguidade na carreira da Magistratura;

 

VI – distribuição equitativa das atividades jurisdicionais, com reconhecimento da necessidade perene de dois juízes, nos termos da lei e consoante o previsto no artigo 10, §1º, da Resolução Nº 63/2010, do Conselho Superior da Justiça do Trabalho.

 

CAPÍTULO II – CIRCUNSCRIÇÕES

 

Art. 2º A área territorial do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, para efeito de designação de Juízes do Trabalho Substitutos, fica dividida em 06 (seis) circunscrições, nas quais serão distribuídos os cargos existentes de Juiz do Trabalho Substituto, na forma do Anexo I deste Ato Conjunto.

 

Parágrafo único. Sempre que ocorrer a criação de nova(s) Vara(s) do Trabalho e/ou transferência das Varas existentes, o Corregedor Regional realizará os estudos necessários à inclusão desta(s) unidade (s) nas circunscrições, cujas áreas e jurisdições, se for o caso, poderão ser alteradas ou desmembradas, respeitadas as periodicidades das designações.

 

Art. 3º Cada Circunscrição terá uma unidade judiciária como sede, que será a localidade da Vara e/ou Foro do Município de maior demanda processual, na forma do Anexo I, servindo para fins de fixação dos Juízes Substitutos e atuação em situações emergenciais.

 

Parágrafo único.  Os Juízes Substitutos não estão obrigados a fixar residência na sede e/ou em qualquer dos Municípios abrangidos pelas respectivas circunscrições.

 

Art. 4º As circunscrições serão necessariamente preenchidas com o mínimo de vagas fixadas por ocasião de sua criação, alteração ou desmembramento e a lotação máxima será correspondente ao número de Varas e/ou Postos Avançados criados dentro de cada Circunscrição.

 

§ 1º O Corregedor-Regional, havendo excepcionalidade que assim justifique, poderá acrescentar mais 03 (três) vagas na lotação máxima fixada, enquanto perdurar a situação excepcional, obedecidos os prazos semestrais do artigo 5º.

 

§ 2º Sempre que for instalada uma nova Vara do Trabalho, deverá ser acrescentado o número correspondente de vagas na lotação máxima da respectiva Circunscrição e, concomitantemente, acrescido o número mínimo de vagas a serem ocupadas dentro do percentual, podendo ser lotado provisoriamente um Juiz Substituto de outra Circunscrição até que os editais de remoção sejam concluídos, observando-se sempre o critério inverso da antiguidade, bem como o disposto no § 4º do artigo 5º.

 

Art. 5º A vacância no âmbito de cada Circunscrição será noticiada a cada semestre, mediante publicação de Edital de remoção de Circunscrição, a todos os Juízes Substitutos deste Regional, fixando-se a preferência pela antiguidade na carreira.

 

§ 1º Para fins de designação, considera-se como primeiro semestre o período de 1º de fevereiro a 31 de julho e, como segundo semestre, aquele de 1º de agosto a 31 de janeiro,

 

§ 2º O Juiz Substituto recém-empossado em razão de aprovação em concurso público permanecerá à disposição da Escola Judicial, no período prescrito do artigo 7º da Resolução Administrativa nº 23, de 02 de junho de 2015, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, durante o qual poderá ser designado para exercer atividades em varas com Juízes Orientadores em alternância com atuação provisória como volante. Após o referido período, poderá concorrer às vagas existentes na Circunscrição de sua escolha, sendo designado para atuar provisoriamente em qualquer das circunscrições, na condição de volante, até sua lotação definitiva.

 

§ 3º O Juiz Substituto recém-empossado por permuta ou em virtude de remoção nacional será designado para atuar provisoriamente em qualquer das circunscrições conforme a necessidade, na condição de volante, até que seja noticiada a vacância nas circunscrições, quando deverá concorrer para uma das vagas.

 

§ 4º Somente será permitida a remoção de Juiz Substituto de uma Circunscrição para outra quando a sua saída não implicar redução da lotação abaixo da quantidade mínima estabelecida.

 

§ 5º Concluído o processo de remoção mencionado no caput, será expedida portaria de designação e/ou remoção do Juiz Substituto para atuar na Circunscrição.

 

CAPÍTULO III – PERMUTA DE CIRCUNSCRIÇÕES

 

Art. 6º É permitida a permuta de circunscrições entre os Juízes Substitutos, observada a análise da conveniência e oportunidade pela Corregedoria-Regional.

 

Art. 7º A permuta deverá ser requerida por escrito pelos interessados, devendo a Corregedoria- Regional notificar os Juízes Substitutos para eventual impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.

 

Parágrafo único. Aprovada a permuta, cada permutante ingressará na lotação de sua respectiva Circunscrição, de forma definitiva, porém, na condição de volante até que nova escolha de designação seja disponibilizada.

 

CAPÍTULO IV – DESIGNAÇÕES

 

Art. 8º As designações dos Juízes Substitutos serão para:

           

I – Exercício da titularidade - que decorre de afastamento legal do Juiz Titular;

 

II – Auxílio exclusivo – que é a atuação em uma Vara do Trabalho em que há Juiz exercendo a titularidade, podendo ser por período curto ou prolongado;

 

III – Auxílio compartilhado – que é a atuação simultânea em duas ou mais Varas do Trabalho em que há Juiz exercendo a titularidade, podendo ser por período curto ou prolongado.

 

Parágrafo único. Todo Juiz Substituto que não estiver designado para qualquer das hipóteses previstas no presente artigo e seus incisos, será considerado Juiz Substituto volante.

 

Art. 9º A critério da Corregedoria poderão ser criadas designações para auxílio exclusivo, auxílio compartilhado e para volantes, observado o disposto no artigo 10, §1º, da Resolução Nº 63/2010, e no artigo 3º, §3º da Resolução Nº 155/2015, ambas do Conselho Superior da Justiça do Trabalho.

 

§ 1º As designações terão duração de 12 (doze) meses, considerado o ano civil, para fins desta resolução, o período compreendido entre fevereiro a janeiro do ano seguinte, de modo a compatibilizar com as escalas de férias anuais.

 

§ 2º A cada 12 (doze) meses a Corregedoria poderá modificar as opções e critérios das vagas disponibilizadas para a escolha dos Juízes Substitutos, observado o disposto no caput deste artigo.

 

Art. 10. Consideram-se Varas do Trabalho associadas duas ou mais unidades vinculadas, de uma mesma Circunscrição, para fins de designações de Juízes Substitutos e deferimento de férias.

 

§ 1º Com o objetivo de readequar os auxílios exclusivos ou compartilhados, a Corregedoria Regional poderá, sempre que julgar necessário, justificadamente, desassociar as Varas do Trabalho que estejam apresentando dificuldades especiais ou desempenho insatisfatório no Índice de Desenvolvimento das Varas – IDV.

 

§ 2º A associação também poderá ser desfeita pela vontade unilateral de um dos Titulares associados, bastando para tanto que o pedido seja fundamentado e que haja possibilidade de outras Varas do Trabalho assumirem as associações.

 

§ 3º Na hipótese de modificação de associação, no período de vigência deste Ato Conjunto, caso as Varas tenham auxílios exclusivo ou compartilhado, os Juízes Substitutos das associações desfeitas terão preferência em permanecer em uma das novas, observada a antiguidade na carreira para a escolha.

 

Art. 11. Na hipótese da alteração do número de juízes substitutos disponíveis, a Corregedoria-Regional poderá no transcurso do período de Circunscrição, excepcionalmente, criar ou extinguir auxílios exclusivos ou compartilhados.

 

§ 1º Na hipótese de extinção de auxílios exclusivos, as Varas associadas retornarão ao auxílio compartilhado, tendo a preferência em permanecer no auxílio os Juízes Substitutos que estão na associação, observando-se a antiguidade na carreira.

 

§ 2º Na hipótese de extinção de auxílios compartilhados, as Varas permanecerão associadas mesmo sem auxílio, e o Juiz Substituto retornará à condição de volante.

 

Art. 12. A Corregedoria divulgará as Varas do Trabalho que não contarão com auxílio, as que contarão com auxílios exclusivos e auxílios compartilhados entre duas ou três Varas concedendo, neste momento, prazo de 5 (cinco) dias para que os Titulares e/ou Substitutos no exercício da titularidade façam opções pelas Varas as quais querem ficar associadas, na mesma Circunscrição, decidindo a Corregedoria em caso de divergências ou omissões.

 

Art. 13. Divulgadas as associações, serão abertas opções de escolha de designação para os Juízes Substitutos, que deverão se manifestar no prazo improrrogável de 5 (cinco) dias.

 

§ 1º. As designações serão feitas pelo critério de escolha do Juiz Substituto, integrantes de cada Circunscrição, com observância da ordem de antiguidade na carreira.

 

§ 2º. Os Juízes Substitutos que não exercerem seu direito de escolha, na forma e prazo fixados, serão lotados pela Corregedoria nas opções remanescentes na Circunscrição em que estiver lotado.

 

Art. 14.  Os Juízes Substitutos volantes atuarão, preferencialmente, em casos de afastamentos ou licenças nas Varas que não contem com auxílio no respectivo período de designação, sendo designados em ordem inversa de antiguidade na carreira.

 

Art. 15. Nas Varas do Trabalho contempladas com auxílio exclusivo:

 

I – quando os quatros magistrados estiverem atuando e ocorrer afastamento ou licença inferior a 10 dias de qualquer deles, o outro juiz atuará sozinho na titularidade, sem prejuízo à Vara associada;

 

II – quando os quatros magistrados estiverem atuando e ocorrer afastamento ou licença igual ou superior a 10 dias de qualquer deles, o juiz substituto da Vara associada será deslocado para atuar no auxílio compartilhado das duas unidades;

 

III – quando três magistrados estiverem atuando e ocorrer afastamento ou licença do juiz que esteja sozinho na titularidade, independentemente do prazo, o juiz substituto da Vara associada será deslocado, a partir do primeiro dia útil subsequente, para atuar no exercício da titularidade da unidade em que houve o afastamento.

 

Art. 16. Somente em caráter excepcional, e exclusivamente em razão da carência de Juízes, o Juiz Substituto em auxílio exclusivo ou compartilhado poderá ser deslocado de sua designação para realizar pauta de audiência em unidade diversa de sua associação, sendo informado da designação com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas.

 

Art. 17. Em havendo necessidade de serviço, o Juiz Substituto volante poderá ser designado para atuar em Vara ou unidade localizada fora de sua Circunscrição, devendo ser informado de sua nova designação com antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas, salvo na região metropolitana.

 

Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, será designado Juiz Substituto de Circunscrição escolhida pela Corregedoria-Regional, preferencialmente entre os volantes e observado o critério inverso de antiguidade nesta Circunscrição.

 

Art. 18. A Corregedoria publicará, mensalmente, as opções de designação aos volantes, os quais optarão por ordem de antiguidade.

 

Art. 19. Nos casos de desistência de designação ou impugnação procedente feita por Juiz Titular, o Juiz Substituto será deslocado para condição de volante da respectiva Circunscrição.

 

§ 1º A desistência e a impugnação somente serão apreciadas mediante requerimento escrito.

 

§ 2º Em havendo impugnação procedente por parte de 50% (cinquenta por cento) dos Juízes Titulares e/ou Substitutos no exercício da titularidade de Varas dentro da mesma Circunscrição, o Juiz Substituto impugnado será removido de Circunscrição, facultando-se lhe a opção de nova escolha desde que existam vagas disponíveis em mais de uma Circunscrição e não afete a proporção de Juízes lotados nas Circunscrições. Caso contrário, o Corregedor Regional poderá designar o Juiz Substituto na Circunscrição cuja necessidade seja mais premente.

 

Art. 20. Fica vedada a permuta de designação entre os Juízes Substitutos, salvo com expressa concordância de todos os demais juízes substitutos da Circunscrição.

 

CAPÍTULO VI – DIÁRIAS E RESSARCIMENTO DE TRANSPORTE

 

Art. 21.  Para fins de pagamentos de diárias e ressarcimento de transporte, a lotação do Juiz Substituto torna a Circunscrição sua localidade de residência, observada a Resolução Administrativa nº 21/2013, do Órgão Especial do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região.

 

§ 1º Na hipótese do Juiz Substituto residir em localidade dentro da Circunscrição em que atua, esta será considerada para fins do caput deste artigo.

 

§ 2º Caso o Juiz Substituto não possua domicilio em qualquer localidade da Circunscrição, na forma do parágrafo único do artigo 3º, será considerada como sua residência, para fins do caput deste artigo, a sede da Circunscrição, observado o Anexo I.

 

 Art. 22. Não serão devidas diárias pela atuação em qualquer das unidades judiciárias dentro da Circunscrição a que o Juiz pertence e nem quando o deslocamento se der entre municípios das 1ª, 2ª e 3º Circunscrições, salvo se houver necessidade de pernoite, devidamente justificada, conforme estabelecido no artigo 21 da Resolução Administrativa nº 21/2013.

 

Parágrafo único. Caberá ressarcimento de transporte quando houver deslocamento entre municípios.

 

Art. 23.  Para fins de recebimento de diárias e ressarcimento de transporte o magistrado deverá encaminhar o competente termo de declaração de frequência de Juiz Substituto, disponível no link da Corregedoria-Regional, até, no máximo, o dia 05 de cada mês, prazo que será antecipado no caso de sábado, domingo e feriado.

 

CAPÍTULO VI – FÉRIAS

 

Art. 24.  O prazo para solicitação de períodos de férias dos juízes de 1º grau seguirá o calendário disposto no artigo 58 do Regimento Interno deste Regional.

 

§ 1º Não poderão coincidir os períodos de férias dos Juízes Titulares e Substitutos das Varas associadas.

 

§ 2º Caso não seja possível o consenso entre os membros do mesmo grupo, no que diz respeito aos períodos de férias, caberá à Corregedoria Regional dirimir as divergências, conforme o disposto no artigo 58, §2º, do Regimento Interno deste Regional.

 

§ 3º O pedido de desistência de férias já requeridas deverá obedecer ao mesmo prazo a que se refere o artigo 58, caput, do Regimento Interno do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, sob pena de ser desconsiderado.

 

§ 4º Os magistrados que tiverem direito a férias preferenciais em razão do cônjuge deverão apontar essa condição no momento do requerimento, respeitada a restrição contida no §1º deste artigo.

 

§ 5º Após os deferimentos das férias pela Corregedoria, nos prazos estabelecidos no regimento interno, o juiz, titular ou substituto, que posteriormente tiver modificado a sua “designação/jurisdição” em decorrência de promoção, remoção ou de escolha de nova designação, havendo sobreposição de férias com qualquer dos juízes que estiverem originalmente na composição da associação das varas, deverá o recém-chegado adequar seu novo período de férias, sendo respeitadas as férias já deferidas a aqueles que estavam na associação.

 

CAPÍTULO VII – DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

 

Art. 25. Os editais e demais comunicações de que trata este Ato Conjunto serão divulgados por meio eletrônico, a critério da Administração do Tribunal.

 

Art. 26. Os casos omissos serão resolvidos pela Corregedoria-Regional.

 

Art. 27. Este Ato Conjunto entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos a partir 6 de fevereiro de 2020.

 

Art. 28. Ficam revogadas as disposições em contrário, em especial o Ato Conjunto Nº 05/2017, de 21 de agosto de 2017.

 

Rio de Janeiro, 8 de agosto de 2019.

 

 

JOSÉ DA FONSECA MARTINS JUNIOR

Desembargador Presidente do Tribunal

Regional do Trabalho da 1ª Região

 

MERY BUCKER CAMINHA

Desembargadora Corregedora-Regional do Tribunal

Regional do Trabalho da 1ª Região